Os Anjos não têm SEXO


Os anjos não têm sexo? Então o amor também não!

 

No dia 20 de Novembro, Portugal deu um grande passo no progresso moral, e eu, fiquei extremamente feliz com o novo baluarte que foi erguido. 

Confesso que durante muito tempo tive dúvidas a assolar-me a moral acerca deste assunto, era difícil fechar a “moleirinha” sobre um tema com contornos tão delicados. Questionava-me acerca do crescimento de uma criança, da importância da figura de uma mãe e de um pai. Para tentar vencer estes pontos de interrogação inclementes colocava todas as situações em cima da mesa, porém, tudo em vão…mania de querer perspectivar tudo! Por vezes embarcava num egoísmo pessoal que minha condição de mulher me dava e pensava nos recantos dos meus pensamentos a dia luz no poder tirano que nós,mulheres, temos. Pensava baixinho sem ninguém me ouvir na relação umbilical e substancial que se nutre com um ser, na relação física de gerar, carregar e ter, legitimado pela mãe Natureza. Rapidamente me chegava aos pensamento o refluxo ácido da minha injustiça e percebiao quão egoísta estava a ser e desprezava a minha prepotência. Não somos ninguém para impor seja o que for. A orientação sexual não tem impacto no desenvolvimento de uma criança nem tão pouco nas competências dos pais, não podendo ser assim um critério. O mais importante é o “superior interesse da criança” quem somos nós para nos colocarmos em bicos de pés e erguermos um dedo duro de credos insones para dizer que está errado? Errado? Ou impormos um modelo de felicidade à nossa semelhança? Somos egoístas.Vejo todos os dias modelos de felicidade impostos pelos cânones da dita sociedade “normal” falhados, tantos afectos coxos, incumpridos, tantas tentativas de algo que nunca foi. De facto, a maior distância entre duas pessoas é o tempo, um tempo desfasado, um tempo velho que vem do Restelo, bafiento, altivo, impregnado de preconceitos, ideias inquinadas por uma arrogância severa.

Quem viu nesta aprovação uma derrota é porque não é deste tempo. Estou farta de cólera, de pudicismos baratos, de prepotências burguesas, a tolerância neste país começa a ver a luz com mais amplitude, não sendo só esta zenital, e eu, estou verdadeiramente feliz com essa iluminação!



Regina Azevedo Pinto 


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