Com as mãos




Eu vejo com as mãos. E conspurco e infecto e retruco em afecto. Das mãos, em sulcos pequenos, sibilantes venenos de reveses e senãos. Eu vejo com as mãos. E rasgo e como e invado e retorno. Das mãos, sinceras e amenas, quimeras pequenas de vozes e negação. Eu vejo com as mãos. E destroço e implanto, almoço e decanto. Das mãos, em doses irreflectidas, insinuações desmedidas de inocência e redenção. Eu vejo com as mãos. E mordo e transbordo e abordo e abnego. Das mãos, robustas e plenas da pele que me condenas em mais vidas que me são.

By Darko

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